segunda-feira, 3 de maio de 2010

Virtual food!!!

Por Carlos Reimão

Amiguinhos e amiguinhas era só o que me faltava!!!

Mais um texto e mais uma polêmica para você amante da gastronomia.

Juro que vou tentar ser o mais imparcial possível, mas ta ficando cada vez mais difícil.

Um belo dia estava eu “flicando” pelos canais da minha televisão por assinatura quando de repente ouvi a palavra “food” (não preciso dizer que deixei naquele canal mesmo né?) e mais de repente ainda uma bomba adentrou meus ouvidos e quase tive um treco.

“VIRTUAL FOOD”, dizia o locutor do programa (estão aí duas palavras que nunca achei que conseguiriam estar na mesma sentença, quanto mais juntas), a vontade de atirar o controle remoto na minha televisão foi absurda, mas me contive porque era sobre comida (e uma televisão é cara).

Bom, vou explicar um pouco sobre uma das minhas paixões na gastronomia, a “Gastronomia molecular”; Nada mais nada menos que modificar a aparência, a textura, a temperatura de um alimento sem modificar seu sabor, simples não?

Desconstruir um alimento e reconstruí-lo novamente de uma maneira totalmente diferente para que o comensal se “espante” com o resultado.

Voltando ao programa, parece que dois personagens insignificantes de nossa história conseguiram colocar tintas a base de alimentos em impressoras, por exemplo, tinta de cenoura para tons de amarelo, beterraba para tons de vermelho e assim vai (Ah, colocaram essências para dar sabor também).

O que aconteceu??? Difícil adivinhar?? Claro que não, eles simplesmente imprimiram fotos de algumas comidas em papel comestível, aquele de arroz, alguns restaurantes o usam para imprimir cardápios para que o comensal além de escolher o que vai comer aproveite e devore o próprio cardápio (acho a idéia sensacional!).

Agora vem o melhor (melhor?), diz a lenda dos “dois” que em breve conseguirão que as impressões sejam feitas em 3D.

Não sei se dou risadas e gargalhadas até que minhas funções biológicas funcionem por si próprias ou se choro num canto da minha casa como uma criança assustada por causa do monstro embaixo da minha cama.

Escolho a primeira opção, imagine agora meu maravilhoso leitor virtual, estar em casa com aquela fome de leão e sem nada na sua preciosa geladeira.

Oh, meu deus, o que fazer nesta hora de desespero?

SIMPLES, entrar no site de sua rede de fast food favorita (lembra do texto passado? fast food) e IMPRIMIR seu delicioso combo, com direito a entrada, prato principal e sobremesa (será que vão conseguir imprimir o “refri”?).

E eu? Como eu fico nessa história toda? INDIGNADO, eu que “ralo” oito horas diárias em uma cozinha quente (mesmo com exautores e sistemas de ventilação, uma cozinha ainda é e sempre será quente), chego em casa e continuo trabalhando, criando novos pratos e combinando sabores, escrevendo para você, meu amado leitor, sempre pesquisando tendências novas e aprendendo técnicas e praticas de cozinha, como eu fico nisso?

Querendo ou não, “pê” da vida ou não, a tecnologia esta aí, e realmente é impressionante (lembra que falei que seria “imparcial”?), poder imaginar na mais absurda das hipóteses, que um dia apenas poderemos desfrutar de um alimento se ele sair de uma impressora.

Mas ainda acho que minha profissão, que é uma das mais antigas (desnecessário mencionar a mais antiga) vai prevalecer e continuar forte e eterna. Por isso hoje as duas receitinhas deste artigo são deliciosas e BEM caseiras.


Lagarto ao molho de cerveja preta e batatas cozidas
Por Carlos Reimão






Receita para macho! Molho bem forte e escuro, mas a leveza das batatas equilibra tudo.

Dica do chef:

Tente deixar o lagarto o mais limpo possível, assim o molho do cozimento penetra muito mais na carne.

Para esta receita você vai precisar de:

- 1 peça de lagarto media
- 10 grãos de zimbro
- 1 cebola media picada
- 1 dente de alho picado
- 1 litro de cerveja preta
- 5 batatas descascadas e cortadas em cubos
- 2 colheres de sopa de manteiga
- Sal
- Pimenta do reino moída na hora


E agora? O que fazer com tudo isso?


Simples, triture o zimbro e esfregue no lagarto junto com o sal e a pimenta do reino, em uma panela de pressão quente disponha o lagarto e “sele” a peça toda, adicione o alho e a cebola, mas não deixe queimar.

Adicione a cerveja e feche a panela de pressão, cozinhe por mais ou menos 1 hora ou até que a carne esteja macia, reserve.

Enquanto as batatas estão cozinhando, ponha o liquido de cozimento da carne em uma panela e reduza este liquido pela metade, finalize com a manteiga e sirva.


Costelinha de porco na cerveja e alecrim com purê de abóbora e couve refogada
Por Carlos Reimão






Delicioso, com arroz branco fica perfeito.

Dica do chef:

Tire o excesso de gordura da costelinha e para que ela realmente fique macia e “saindo do osso” passe a faca na pele na parte de baixo da costela.

Para este pecado da gastronomia você vai precisar de:

- 1 costela de porco limpa e cortada
- 1 litro de cerveja pilsen
- Sal
- Pimenta do reino moída na hora
- ½ maço de alecrim


Para o purê de abóbora:

- 500g de abóbora
- 2 colheres de manteiga
- 1 caixinha de creme de leite
- Sal
- Pimenta do reino moída na hora


E agora? O que fazer com tudo isso?


Fácil demais, refogue as costelinhas cortadas, as cubra com a cerveja, adicione o alecrim, tampe a panela e esqueça que elas existem por um tempo, quando a cerveja tiver evaporado por completo refogue mais um pouco apenas para dar uma cor.

Faça o purê cozinhando as abóboras em água, quando estiverem bem macias retire-as da água e as deixe escorrendo por um tempo, coloque a abóbora cozida na panela com a manteiga, o creme de leite, o sal e a pimenta do reino.

Sirva com arroz branco e couve refogada com bacon.

2 comentários:

  1. Obrigada pela dicas chef, ja que tenhos litros e mais litros de breja, e nao tem quem tomar!!! hauhauahauahua

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  2. Amor, vc esqueceu de dizer que a primeira receita faz dodoizinhas levantarem da cama por causa do cheiro!hehehe
    Te amo!Beijos

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